O burnout tem sido uma buzzword nos últimos anos. Se pensarmos que todos passámos por uma pandemia global, uma marcada inflação económica, para não detalhar fatores políticos e ambientais iminentes, temos a receita perfeita para uma exaustão mental, física e emocional. Neste artigo, entramos nos principais sinais de alerta para burnout, e de seguida, umas poucas dicas para o prevenir.
Principais Sinais
Mentais:
Dificuldade em concentração. Dos sinais mais comuns é um tipo de névoa mental - não só temos dificuldade em concentrar-nos em tarefas simples, como também nos distraímos com muita facilidade. Por exemplo, um simples email que normalmente levaria 5 minutos a escrever pode levar mais de uma hora para ser feito. Pode ser uma mensagem que nos distrai, ou até mesmo um pensamento que nos transporta para outro lugar. Esta dificuldade é constante e impactante no dia-a-dia.
Despersonalização.
A despersonalização também pode ser considerada um sinal emocional por estar relacionada com um distanciamento emocional do nosso dia-a-dia, incluindo pessoas e interações. Esta sensação é muitas vezes descrita como estarmos fora do nosso corpo, sermos observadores do nosso dia-a-dia, ou até como estar em “piloto automático”. No burnout, esta sensação é recorrente e tem um impacto negativo.
Emocionais:
Uma negatividade geral. Parecido com um sintoma de depressão - e invariavelmente relacionado - está uma constante nuvem de negatividade. Podemos sentir que o mundo está a cair aos bocados (mais do que o normal), ou até que o mundo está contra nós. Muitas vezes, coisas que nos fariam contentes e que nos dariam prazer, deixam de ter o mesmo efeito positivo quando estamos em burnout.
Ansiedade elevada. Outro sinal que aponta quase certamente ao burnout é a ansiedade elevada em relação a coisas que não costumavam ter esse efeito. Por exemplo, a noite antes de um dia importante, ou que sabemos que nos vai custar, pode dar medo e receio. No entanto, essa mesma sensação de receio e ânsia não deveria fazer parte do dia-a-dia, e no burnout, faz. Atenção, aqui a palavra-chave é elevada - todos nós podemos ter diferentes níveis base de ansiedade que são importantes de manter em consideração.
Físicos:
Ficas doente com facilidade. O nosso sistema imunitário também sofre com o burnout. Há quem tenha a tendência de culpar muitos sintomas físicos no stress, e no burnout, é bem capaz de ser verdade. O stress crónico associado ao burnout pode levar a um sistema imunitário mais vulnerável, daí ficarmos com gripe ou um bichinho com mais facilidade do que o normal.
Alterações de apetite. Quando sentimos muita pressão ou estamos assoberbados com a vida, é comum pôrmos o nosso bem-estar de lado. Parte do nosso bem-estar básico é a alimentação - a alteração dos nossos hábitos alimentares podem ser um sinal de burnout. Há quem sinta que não apetite nenhum e que não consegue comer sem se sentir indisposta, há quem sinta a necessidade de comer constantemente por precisar de um conforto. Mais uma vez, a palavra chave é alteração - importante considerar o nosso normal pessoal aqui.
Dores de cabeça. Um último sinal físico importante são as dores de cabeça. Estas dores podem variar entre um ligeiro incómodo para uma enxaqueca severa, dependendo de vários fatores. É comum serem dores de cabeça de tensão, que se sente particularmente nos músculos, e muitas vezes nos ombros e pescoço.
5 Dicas de Prevenção ao Burnout
Aprende a reconhecer os sinais.
A boa notícia é que se chegaste até aqui, já fizeste parte do trabalho. Não é fácil termos a capacidade de olhar de fora para dentro, de fazer uma introspecção profunda quando já nos sentimos assoberbadas por tantas outras coisas. Ter uma pequena checklist mental que nos ajuda a mais rapidamente identificar estes sinais já é um começo.
Identifica os pontos de stress.
Para podermos procurar alívio, temos que saber o que mudar. Por isso, este trabalho de introspecção deveria sempre ter o principal objetivo de aliviar stress e pressão. Por exemplo, sinto-me aterrorizada de sair da cama em dias que tenho algo combinado com amigos para depois do trabalho. Neste caso, talvez remarcar para outro dia ou falar abertamente com os amigos sobre o que se passa, pode ajudar a aliviar a pressão.
Gere as tuas expectativas.
Aqui, não falo das expectativas dos outros, mas as tuas. Muitas vezes, somos os nossos piores críticos. Uma das características do burnout pode ser uma constante sensação de fracasso, que estamos a desiludir as pessoas à nossa volta. Mas, será que esta desilusão por parte dos outros é factual, ou será apenas uma voz da nossa insegurança perante um momento mais difícil? Para aliviar a pressão, temos que dar espaço ao que não é perfeito, aos erros e contratempos - especialmente quando não estamos a 100%.
Pede ajuda.
Esta é provavelmente a dica mais importante e eficaz, e talvez por isso, também muitas vezes a mais difícil. Pedir ajuda à nossa rede de apoio é essencial para que possamos prevenir
E não deixa de praticar o “Não”.
-Equipa Janis
MM
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